segunda-feira, 28 de maio de 2012

Esta luta em defesa do Petróleo e seus derivados vêm de longe

Ilsa Pires Rohem e Dr Orlando - Superintendente da ANP
Desde 1859, ocasião em que George Bissel, encontrou um lençol de Petróleo na Pensilvânia, que nos cabe a responsabilidade da luta em detrimento de apontar o caminho para o cumprimento das leis que especificam as regras na cadeia produtiva do Petróleo e seus derivados na matriz energética.

Após a 2ª guerra mundial criaram-se as principais crises que abalaram de alguma forma a economia mundial e a nova onda de nacionalização, só confirmam e fortalecem cada vez mais os conflitos entre os países que lideram ou não, este mercado, sobre os reais interesses para com o principal componente da matriz energética do planeta: O PETRÓLEO.

Com a criação da Petrobrás, através da Lei nº. 2004 de três de outubro de 1953, foi atribuído a ela a execução do monopólio estatal que definiu em seu artigo 1º : "Constituem Monopólio da União à pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e outros hidrocarbonetos fluidos e gases raros existentes no território nacional bem como a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro e também o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou estrangeiro, ou de origem nacional , ou derivado de petróleo produzido no país, e bem assim o transporte , por meio de condutos, de petróleo bruto e seus derivados , assim como gases raros de qualquer origem”.

Hoje vivemos um paradoxo: auto-suficiência ou dependência de Petróleo? Continuamos tropeçando em problemas antigos, e antigos por quê? Por que quando tínhamos o CNP (Conselho Nacional de Petróleo – 1938) que não resolveu os conflitos internos , pois trazia em seu bojo um contexto de disputa entre posições nacionalistas e empresários interessados na exploração do petróleo no Brasil.

Em 24.12.76 através da Resolução nº 13 o CNP consolidou as normas sobre o abastecimento, distribuição e revenda de GLP no território nacional, seu principal objetivo de longo prazo era difundir o consumo de gás de cozinha entre as camadas de baixa renda. Em questões pontuais, este tinha como função ser um órgão normativo e controlador, entretanto, por questões políticas e pessoais findou-se.

O Decreto-lei de nº 99.180, de 15 de março de 1990, extingui o CNP e cria Departamento Nacional de Combustíveis – DNC, órgão que nasce vinculado ao Ministério de Infra-Estrutura, com responsabilidade de regulamentação do setor e a edição da Portaria MINFRA n. 843, de 31.10.90, que flexibilizou as regras da Resolução nº 13.
Tendo como referencial relato acima e o que se segue , pode-se verificar claramente, que o governo durante o período de 1938 a 1990, a todo o momento interferiu nas políticas de preço que envolvia o mercado de petróleo e seus derivados, seja através de políticas pautadas no tabelamento e na uniformização de preços em todo país, seja por decreto, decreto-lei, criando ou extinguindo conselhos e departamentos.

A lei do Petróleo , nº. 9.478/97, em seu artigo 2º, cria o Conselho Nacional de Políticas Energéticas – decreto nº. 3.520 de 21/06/2000, com a atribuição de propor ao Presidente da República, políticas nacionais e medidas específicas, de maneira a atender as necessidades do consumo interno de Petróleo e seus derivados nos termos do artigo 177 da Constituição Federal, a própria lei do Petróleo, cria também, através do decreto de nº 2455 de 14/01/98, a atual ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis), que têm por finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização nas atividades econômicas integrantes da indústria do Petróleo, prevenir potenciais conflitos com agentes econômicas do setor de demais órgãos do governo e da sociedade, regulando a livre concorrência , na objetividade, na praticidade, na transparência e no atendimento das necessidades dos consumidores e usuários , fiscalizando no sentido da educação e orientação dos agentes econômicos do setor, bem como da prevenção e repressão da legislação pertinente , das disposições estabelecidas nos contratos e nas autorizações , tendo no entanto, como objetivo principal a comunicação com a sociedade. Entretanto, de tempo em tempo vem à baila o projeto de lei 2316/03 - Código Nacional dos Combustíveis, que traz dentre muitos conteúdos , também a preocupação com as inúmeras adulterações dos combustíveis com os usos de substâncias tais como: solventes , adição de água ao álcool anidro, e a grande pirataria no derivado de Petróleo - Gás GLP (Gás liquefeito de Petróleo), o famoso gás de cozinha. . Este sistema durou até 2005, quando é aprovada a Resolução nº 15 da ANP que define quem é Distribuidor e quem é Revendedor.

Partindo do princípio da importância da nossa economia, fica evidente o quanto se perde de dinheiro com estas adulterações, já que o GLP como matriz energética pode ser inserido como importante fonte de energia, podendo ser usado em vários setores, onde temos grande espaço ainda não explorado e voltado para a economia do nosso País.

A defesa nacional do nosso produto, torna-se de suma importância, já que no artigo 26 da lei do petróleo permite-se a concessão para quem quiser explorar petróleo em nossos blocos , passando-lhe inclusive o título de propriedade aos interessados por estes bens brasileiros , e só em caso de emergência nacional uma parcela mínima desse petróleo poderá ser obrigado a permanecer no País. Ainda nesta situação ela terá que ser comercializada a preços internacionais, o que só garantirá ao País a economia do não pagamento do transporte desta parcela de petróleo do exterior para o Brasil.



Ilsa Pires Rohem é formada em Políticas estratégicas Internacional pela Escola Superior de Guerra.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

“O vendedor do Brasil!

O homem  mais rico do país ganha  perfil na revista   “Economist”
A revista britânica “ The Economist” apresentou em sua edição  de ontem um  perfil  do empresário Eike Batista, a quem dá o título de “ O vendedor  do Brasil”. A revista  diz que  o homem mais rico do pais  aposta em infraestrutura  e recursos naturais, como o setor petrolífero, mas retoma  a pergunta colocada numa  reportagem da revista “ Época Negócios “:  entregará o que promete? À “ Economist” Eike  responde  que já entregou o suficiente. A EBX, diz  o empresário, vai  gerar   US$ 1 bilhão  em Ebitda ( lucro descontado imposto e amortizações) este ano, saltando para  US$ 10 bilhões em 2015.
A “Economist” lembra o começo de carreira  do empresário nos anos  70,  como vendedor de seguros   “ de porta em porta”  para bancar a faculdade. Tarefa nada  fácil , bater  à porta de estranhos para falar sobre acidentes  e mortes. Habilidade, diz  arevista , que se tornou útilà carreira de Eike:
“O império EBX reflete  o entendimento do Sr. Eike Batista dos pontos fortes e fracos do Brasil. O pais tem minerais  abundante , Sr.  Batista os extraiu. Ele também tem infraestrutura acanhada . Eike Batista pretende  construir  estradas, ferrovias, portos, navios  e refinarias para mandar minerais do Brasil ao mercado global. Ele também está construindo usinas de energia que serão alimentadas por seu próprio gás é carvão”.
A revista ressalta que “vender potencial fez de Batista o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo com uma fortuna de US$ bilhões, mais do que Mark Zuckerberg do Facebook”

quinta-feira, 17 de maio de 2012

BH terá CPI para investigar comércio irregular de Gás de cozinha

Aconteceu nesta última terça-feira (15/5) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG) a 1ª audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor para tratar  do comércio irregular de GLP  com , vereadores, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Prefeitura, Corpo de Bombeiros, PROCON Estadual , entidades representativas , empresários , trabalhadores do setor . Ao final, a vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), anunciou que irá requerer a instalação de uma CPI para apurar o comércio irregular do produto na cidade.
A vereadora Scarpelli, que é a vice-presidente da Comissão, lembrou que a audiência se fez necessária, pois no mês de março, em encontro promovido pelo Ministério Público, alguns pontos não teriam sido satisfatoriamente esclarecidos, já que os representantes do segmento de GLP denunciaram a existência da comercialização ilegal de gás no município.  A  vereadora questionou  ainda  a enorme diferença de preços  entre o valor cobrado nas distribuidoras, estável desde 2003, e o preço final ao consumidor nos depósitos, que pode chegar a cinco vezes mais.
“ Realmente o preço gás não aumenta na fonte. Entretanto, o governo não abre mão dos seus impostos, motivo pelo qual o gás continua aumentando”, disse Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás.
A CPI, terá  o apoio dos vereadores Sílvia Helena (PPS) e  do vereador Carlúcio Gonçalves (PR),  terá dentre outras , a função de  apurar como vem sendo feita a fiscalização da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros sobre essas revendas clandestinas e quem fomenta e abastece  os pontos clandestinos , que continuam vendendo  botijões livremente na cidade, burlando as leis e prejudicando o  revendedor  honesto .
“Queremos saber quem é conivente e quem está ganhando com isso”, afirmou Scarpelli, que criticou ainda a cartelizarão do setor. Sílvia Helena lembrou a importância de medidas educativas e conscientização da sociedade sobre a questão, estimulando a consciência crítica e a fiscalização da atividade por parte da população, enquanto Carlúcio apontou o problema da substituição de botijões em mau estado de conservação.
O presidente da Asmirg, o senhor Alexandre Borjaili distribuiu para os membros da mesa, relatório, que segundo ele comprovavam os aumentos abusivos por parte das distribuidoras.
O presidente do Sirtgas, o senhor Nelson Ziviani , alertou para as revendas que estão entrando no mercado, porém não estão contribuindo de forma objetiva para a melhora do setor
Concorrência desleal
O superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Carlos Orlando da Silva, explicou que a venda de gás liquefeito de petróleo (GLP) somente pode ser feita por empresas autorizadas pela agência, que exige a posse de inscrição estadual, alvará da Prefeitura e certificado do Corpo de Bombeiros, além do cumprimento das diversas normas de segurança estabelecidas. 
Para o chefe do escritório regional da ANP em BH, Oiama Paganini Guerra, a regularização da atividade desses estabelecimentos é uma responsabilidade de todos esses órgãos, sendo fundamental a participação das prefeituras e governos estaduais, Ministério Público, Procons e sociedade civil no combate à comercialização ilegal do gás de cozinha, mediante ações de fiscalização e encaminhamento de denúncias.
O presidente da IJ  Assessoria Gás GLP, Jose Antonio Borges, alertou quando ao MEI ( Micro Empreendedor Individual), onde  os empresários recebem código para  tirar o alvará municipal e vender gás de cozinha sem passar pela chancela da ANP.
Após discussão de alguns aspectos técnicos e econômicos do funcionamento do sistema, que inclui a agência reguladora, distribuidoras e revendedoras, e considerações sobre o programa de requalificação dos botijões, imposto pela ANP, os participantes foram unânimes em relação à necessidade de regularização da atividade, já que o GLP, consumido em 95% dos lares brasileiros, é um produto altamente inflamável e seu manejo inadequado representa um risco constante para a população.
Além dos sérios riscos aos usuários e das condições inadequadas de armazenamento e transporte, o promotor de justiça do Procon Estadual, Amauri Artimos da Matta, ressaltou a concorrência desleal praticada pelos clandestinos, já que não arcam com os custos necessários para o cumprimento dos requisitos de segurança e as exigências da legislação, além dos tributos e taxas devidas pelo exercício da atividade.
A gerente Elcimara Oliveira, que representou a Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana, afirmou que atualmente a solicitação de alvará de localização à Prefeitura é feita por meio da internet e a concessão se baseia na Lei de Uso e Ocupação do Solo, que impõe restrições a atividades de alto risco. Ela explicou que os requisitos da legislação impedem a instalação de revenda de gás nas vilas e aglomerados da capital, e que a fiscalização dos estabelecimentos está a cargo da Secretaria Municipal de Fiscalização.
Nova legislação
Ao final, Maria Lúcia Scarpelli ressaltou a relevância de se criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, já que trata-se de um serviço de utilidade pública e de alto risco. Ela convidou todos os órgãos e entidades presentes a acompanhar e contribuir com as atividades da CPI, cujo requerimento ela espera que seja acatado pela presidência da Casa, dando continuidade à discussão dos pontos considerados na audiência, apresentando denúncias e sugestões para o desenvolvimentos dos trabalhos.
A Comissão também pretende utilizar o resultado das apurações para subsidiar a elaboração de uma legislação municipal que garanta maior organização ao setor. “Queremos que as revendas ilegais saiam do mercado ou, se desejarem continuar, que se regularizem”, ressaltou a parlamentar.
Participantes
Também participaram do debate e foram convidados a contribuir com a Comissão o presidente da Associação Brasileira de Gás Liquefeito de Petróleo (Asmirg-BR), Alexandre Borjaili; o presidente da IJ Assessoria em GLP, José Antônio Borges; o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello; o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo em Minas Gerais, José Eustáquio de Castro; a coordenadora do Procon Assembleia, Margareth Cintra; o responsável pela regional BH do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de Minas Gerais (IPEM-MG), Anderson Rogério da Rocha; além do  Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, representado pelo Tenente Gonçalves.