A Petrobrás informou nesta segunda-feira (11) que
prevê uma extração recorde de 2,078 milhões de barris de petróleo/dia em 2014,
crescimento de 7,5%. Quanto a produção de derivados, haverá aumento de 3,4%,
para 2,19 milhões de barris/dia.
Caso essa projeção seja confirmada, a Petrobrás
alcançará este ano uma produção superior a de 2011 (2,021 milhões de barris
diários), até agora a maior de sua história. Além de cumprir sua meta, a
empresa encerrará um período de dois anos consecutivos de quedas na produção.
A meta da empresa é elevar a produção de 2,078
milhões de barris diários este ano para 3,2 milhões de barris em 2018 e 4,2
milhões em 2020. O diretor de exploração da estatal, José Formigli, atribuiu
esse crescimento ao início da operação de uma nova plataforma em águas
profundas e à interligação de novos poços do pré-sal. “A tendência é que a
produção continue aumentando. Após a interligação de 30 novos poços no primeiro
semestre, interligaremos outros 33 no segundo semestre e vamos colocar em operação
três novas plataformas marítimas", afirmou Formigli.
O executivo acrescentou que o aumento da produção e
da produtividade, especialmente nos poços do pré-sal, estão ajudando a
Petrobras a reduzir os custos de extração. Segundo a empresa, o custo de extração
caiu de US$ 14,76 por barril em 2013 para US$ 14,57 no primeiro semestre de
2014. Além disso, esse valor deverá chegar a US$ 14,16 para o final do ano, de
acordo com as projeções.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa,
disse que a maior produção permitiu que o lucro operacional crescesse 17% no
segundo trimestre em relação ao primeiro, mas que os custos financeiros
provocaram uma queda do lucro líquido da companhia. A empresa informou na
última sexta-feira que seu lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 4,959
bilhões, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2013 e de 8% em
comparação com o primeiro trimestre deste ano.
O diretor financeiro também atribuiu a queda nos
lucros à diminuição das exportações, às menores receitas com a venda de ativos
e à defasagem entre os preços internos dos combustíveis e os cobrados no
mercado internacional. "Com a previsão de crescimento da produção
poderemos exportar mais petróleo e oferecer mais gás natural no mercado
nacional e reduzir os custos com a importação de Gás Liquefeito de Petróleo
(GLP), que é caro", afirmou Barbassa. A Petrobras pretende exportar cerca
de 250 mil barris de petróleo por dia, no segundo semestre, 51% a mais que o
exportado no primeiro semestre do ano.
Comparado com gasolina e
diesel GLP dá pouco prejuízo
Ao contrário do que enfatiza o diretor financeiro
da Petrobrás Almir Barbassa não é o GLP o vilão dos prejuízos da estatal. Em
recente estudo, o Grupo de Economia da Energia (GEE) da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, fez levantamento de 2011 a 2013 e constatou que deixaram de
entrar no caixa da Petrobrás R$ 104 bilhões no triênio, por conta do
represamento dos preços dos combustíveis imposto pelo governo à estatal.
Segundo o professor Edmar de Almeida, coordenador
do trabalho feito pela UFRJ, no período analisado (2011-2013), levando em conta
um cenário no qual a estatal praticasse preços similares ao patamar
internacional, a estatal teria receitas maiores em R$ 66,3 bilhões com o
diesel, R$ 34,9 bilhões com a gasolina e R$ 3 bilhões com o GLP. Ou seja, a
importação de gás de cozinha responde por apenas 2,9% do déficit total da
paridade dos preços interno-externos.